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Apoio psicopedagógico em pequeno grupo: Introdução

O presente artigo procura abordar estratégias de implementação de grupos de apoio psicopedagógico em diversos contextos, nomeadamente em Serviços de Psicologia e Orientação, Gabinetes TEIP, Juntas de Freguesia, IPSS, Centros de Estudo, ATL e clínicas privadas.

Um grupo de apoio pode definir-se como uma reunião previamente fixada e com um determinado número de sessões (6 a 10 sessões de 45 minutos), com 5 a 10 alunos que trabalham em conjunto para aprender, aplicar ou dominar uma determinada competência. Mais concretamente, um grupo
de apoio psicopedagógico
é dinamizado por um técnico especializado que ajuda os alunos na utilização adequada de competências para fazer face às mais variadas situações.
 

Os alunos que podem beneficiar desta intervenção partilham problemáticas comuns, sendo possível a realização de intervenções nas mais variadas áreas, nomeadamente problemas de aprendizagem, comportamento, défice de atenção, ansiedade, dificuldades na leitura e escrita, orientação vocacional, momentos de transição de ciclo, alterações no contexto familiar (luto, divórcio), treino cognitivo (memória, atenção), técnicas de estudo, competências pessoais e sociais.

Vantagens

Sob a perspetiva de uma intervenção em pirâmide multinível, um serviço de psicologia deverá incidir a sua intervenção essencialmente nas medidas universais, em contexto de turma e em sala de aula. O técnico especializado disponibiliza o plano de aula ao docente ou poderá ele próprio fazer a dinamização. Após esta intervenção, nem todos os alunos terão interiorizado a mensagem, permanecendo a existência de algumas dificuldades.

Assim, após a realização de uma avaliação, estes alunos são encaminhados para uma medida seletiva, ou seja, uma intervenção em pequenos grupos psicoeducacionais. Esta intervenção pode ser realizada em contexto escolar ou fora da escola, com entidades parceiras. Geralmente, com a oportunidade de haver menos alunos no ambiente de aprendizagem (intensidade) e dando a possibilidade de repetir/transmitir a informação mais exaustivamente (frequência), os alunos que não interiorizaram a informação no âmbito de uma intervenção universal, terão maior possibilidade de o fazer numa intervenção seletiva.

Se, ainda assim, for necessária intervenção, existem ainda as medidas adicionais. Estas últimas serão abordadas num outro artigo.

Os grupos de intervenção são especialmente úteis para alunos que apresentam problemáticas específicas ou experiências de vida que justifiquem um suporte específico e mais individualizado. Por exemplo, alunos que estão expostos a alterações familiares, como o divórcio, ou alunos que sofrem de ansiedade de desempenho. A integração num grupo psicoeducacional poderá ajudá-los a lidar com o stress associado a estas situações específicas.

Referências bibliográficas:

  • Neufeld & Rangé (2017). Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupos: Das evidências à prática clínica: Artmed Editora.
  • Nogueira, C. Crisóstomo, K., Souza, R., & Prado J. (2017). A importância da psicoeducação na terapia cognitivo-comportamental. Revista das Ciências da Saúde do Oeste Baiano, 2 (1): 108 – 120.
  • School Counselor Stephany (2018). Facilitating Psychoeducational Groups in Schools. Confident counselors. [Blog] Available at: https://confidentcounselors.com/2018/02/05/facilitate-psychoeducational-group/ [Accessed 1 Mar. 2019].


Próximo artigo: Planificação de grupos de intervenção