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Planificação e avaliação de grupos de intervenção


Num serviço de psicologia em contexto escolar, o 1° Período é geralmente dedicado à construção das intervenções universais, à disponibilização das mesmas para as turmas e em reuniões com educadores, professores titulares e diretores de turma.

Começam também a chegar as sinalizações e faz-se o delineamento de um plano de intervenção para cada aluno. O 2° Período é dedicado à construção e implementação dos grupos de apoio psicopedagógico.

Durante a preparação dos grupos, a primeira coisa que se deverá fazer é entrevistar os alunos sinalizados, através de uma entrevista motivacional, agrupar aqueles que têm problemáticas comuns e distribuí-los pelos diferentes grupos.

As entrevistas são realizadas individualmente e, neste primeiro momento, é abordada com o aluno a possibilidade de integração no grupo, enquanto se explica o objetivo da intervenção. É aferido o interesse na integração no grupo e, em caso afirmativo, solicita-se aos alunos que assinem um contrato. É neste momento que se envia ao encarregado de educação o documento com o consentimento informado. Poderá dar-se o prazo de uma semana para a devolução destes documentos.

Dinamização do grupo


Cada grupo de intervenção tem um manual com um plano sessão a sessão, assim como a descrição e materiais necessários para a realização de todas as atividades.
Existem estratégias que são válidas para todos os grupos de intervenção, independentemente do tema a abordar. Passamos agora a apresentar algumas que podem ser utilizadas com os recursos “Oceano de Papel”.

Atividade quebra-gelo 

Cada sessão poderá começar com uma atividade de quebra-gelo ou técnica de relaxamento relacionada ao tema da sessão. Podem, por exemplo, começar com uma “respiração estrela” (material a disponibilizar brevemente) ou estabelecer “um minuto de mindfulness”, onde todos baixam a cabeça e concentram-se na respiração por um minuto até que soe um som (o dinamizador pode utilizar o telemóvel para emitir um som). Esta estratégia proporciona uma rotina previsível e um começo tranquilo para todas as sessões.

Regras do grupo

As regras do grupo devem ser relembradas no início de cada sessão (pode encontrar um exemplo aqui). Sempre que um aluno não esteja a cumprir determinada regra, este deverá ser corrigido discretamente pelo dinamizador.
 

Avaliação do impacto

Deverá ser efetuado um pré / pós-teste na primeira e última sessão do grupo para recolher dados sobre o impacto da implementação. Estes resultados poderão ser complementados com dados recolhidos no decorrer de articulações com docentes ou pais, com uma vertente mais qualitativa.
 

Estabelecimento de objectivos individuais

Os alunos deverão ser ajudado a estabelecer um objetivo SMART (Specific, Measurable, Attainable, Realistic, Time- Bound), que será relembrado no início de todas as sessões. Os jovens devem partilhar com o grupo os seus
progressos, não importa o quão pequenos sejam.

Para vincular o trabalho em grupo diretamente com o sucesso escolar, forneça aos membros do grupo um local de registo com os seus resultados escolares atuais. Incentive-os a criar um objetivo SMART tendo em conta
esse ponto de partida. Em todas as sessões poderá dedicar-se um momento para obter informações atualizadas sobre os resultados escolares e sobre o
objetivo SMART.
 

Finalização da sessão de forma divertida

Se houver tempo, finalize com um jogo leve e divertido, como o “Sabias que”. Este jogo ajuda a estimular a comunicação entre os participantes, com perguntas simples e divertidas.

Nota final

A planificação dos grupos de intervenção é uma atividade de extrema importância, não só porque ajuda a garantir uma constituição equilibrada dos grupos, mas também porque permite que se selecionem as atividades
consideradas mais adequadas para cada grupo. Esta estratégia permite ao
dinamizador ganhar tempo e manter o foco nos objetivos da intervenção.

Referências bibliográficas:

  • Neufeld & Rangé (2017). Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupos: Das evidências à prática clínica: Artmed Editora.
  • Nogueira, C. Crisóstomo, K., Souza, R., & Prado J. (2017). A importância da psicoeducação na terapia cognitivo-comportamental. Revista das Ciências da Saúde do Oeste Baiano, 2 (1): 108 – 120.
  • School Counselor Stephany (2018). Facilitating Psychoeducational Groups in Schools. Confident counselors. [Blog] Available at: https://confidentcounselors.com/2018/02/05/facilitate-psychoeducational-group/ [Accessed 1 Mar. 2019].